quarta-feira, abril 21

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A história começou ainda em 1750, quando Francisco Tossi Colombina propôs a mudança da Capital Federal para a região do Goiás. Posteriormente, já no século XIX, um gaucho cisplatino começou a mostrar como o povo pampeano, nascido e com laços culturais abaixo do Mampituba, estaria intimamente ligado ao surgimento dessa cidade que viria a ser Patrimônio Cultural da Humanidade: Hippolyto Joseph da Costa Pereira Furtado de Mendonça, ou Hipólito da Costa, nascido na Colônia de Sacramento sob domínio português (quando o Rio Grande estava sob domínio da Coroa Espanhola), começou através de seu jornal, o Correio Braziliense, uma massiva campanha para a transferência da Capital do Rio de Janeiro para a região central do País, especificamente na área das bacias dos rios Paraná, Tocantins, Araguaia e São Francisco.

Hoje, o sonho de alguns republicanos loucos - ele estava nas propostas dos Inconfidentes - completa 60 anos de conclusão. São sessenta anos de desenvolvimento, receptividade com povos do país inteiro, histórias mil para contar - principalmente acerca da política nacional -, tudo isso ao som de grandes bandas de rock, e mais recentemente de reggae.

Tive o prazer de morar por 3 vezes nessa cidade. Na primeira, apesar de mui pequeno, construí praticamente todas as lembranças da minha infância, onde coisas simples faziam a alegria em meio a obras monumentais do gênio Oscar Ribeiro de Almeida Niemeyer Soares Filho. Talvez justamente por isso as coisas tenham sido tão marcantes: para uma criança de quatro, cinco anos, qualquer coisa ganha um significado gigantesco quando ocorre sob a sombra de prédios que mais parecem naves espaciais. Na segunda vez, as amizades solidificadas em Porto Alegre não me permitiram aproveitar direito aquela que poderia ser a oportunidade da minha vida: para quem ama política, em uma cidade em que esse é o oxigênio, poder ter contato com grandes ídolos, e ainda mais, poder ganhar dinheiro fazendo comunicação para essa gente toda, Brasília era o solo mais fértil que poderia ser encontrado. Na última vez, de agosto de 2007 a janeiro de 2009, foi com certeza a época mais importante para a construção do meu caráter, dos meus sentimentos e maneira de ver as coisas. Aprendi a amar aquele povo que antes eu desdenhava, reconheci a beleza nos rastros deixados nos belos monumentos modernistas de Niemeyer pela terra vermelha, e construí grandes amizades, algumas que talvez até não recíprocas, mas muito significativas para mim.

A gauchada continua deixando sua marca por lá, e essa foi a minha estaca de apoio nos momentos difíceis por estar longe da minha terra. O CTG Estância Gaúcha do Planalto era minha principal diversão, onde conheci amores, hermanos, segundas, terceiras, quartas famílias... Sem dúvida que o que aprendi lá não será apagado jamais, e mesmo que um outro CTG venha a me chamar a atenção, a camiseta da Estância continuará sendo minha 'pilcha à paisana'. Outro grupo de gaúchos, de nascimento ou não, que muito me edificou e faz uma falta enorme é a Geral do Grêmio - DF, uma idéia de uns piás loucos que é hoje uma referência para qualquer pessoa apaixonada por torcidas e que tenha um contato mais próximo com elas. Dali, sem dúvida, surgiram grandes amigos também, que de vez em quando aparecem em Porto Alegre e ficam hospedados aqui em casa.

Enfim, esse post era só pra desejar parabéns a Brasília, mas me atentou para todos os valores daquele povo, de gaúchos candangos e brasilienses, que eu aprendi a admirar muito. Ao invés dos parabéns, obrigado Brasília, pelo aprendizado que me proporcionou.

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